Falando da Palavra de Deus

Infra X Supralapsoriano

 

Antes de adentrarmos na doutrina Infra/Supralapsoriano, conheceremos de forma resumida, os tipos de “calvinistas”:

Hiper-calvinista: O termo “hiper-calvinista” é freqüentemente utilizado como um termo pejorativo. Praticamente todo calvinista que adere firmemente às doutrinas da graça é suscetível a ser considerado um hiper-calvinista por pelo menos alguma pessoa. Para falar com franqueza, um hiper-calvinista pode ser qualquer calvinista para uma pessoa que não entende o calvinismo.

Calvinista moderado/extremado: Antigamente um calvinista moderado era um calvinista de quatro pontos. Hoje em dia pode ser qualquer calvinista que não adota os cinco pontos tais como eles foram historicamente definidos.

Calvinista de quatro pontos: Calvinista que, dos cinco pontos, não adota o L da TULIP, a Expiação Limitada.

Amiraldiano: O mesmo que calvinista de quatro pontos. Seu nome vem de Moise Amyraut.

Calvinista infralapsário: Calvinista que defende que Deus realizou a eleição contemplando os seres humanos como criados e caídos.

Calvinista supralapsário: Calvinista que defende que Deus realizou a eleição contemplando os seres humanos como ainda não criados e ainda não caídos.

Calvinista sublapsário: Todo calvinista sublapsário é também infralapsário, mas o contrário não é verdadeiro. A diferença é que o sublapsário coloca o decreto da expiação antes do decreto da eleição.

INFRALAPSORIANO X SUPRALAPSORIANO

A distinção entre o infralapsarianismo e o supralapsarianismo tem a ver com a ordem lógica dos decretos eternos de Deus.

Supralapsarianismo

Infralapsarianismo

Amiraldismo

Arminianismo

1. Eleger alguns, reprovar o restante.

1. Criar.

1. Criar.

1. Criar.

2. Criar.

2. Permitir a Queda.

2. Permitir a Queda.

2. Permitir a Queda.

3. Permitir a Queda.

3. Eleger alguns, ignorar o restante.

3. Providenciar salvação suficiente para todos.

3. Providenciar salvação para todos.

4. Providenciar salvação para os eleitos.

4. Providenciar salvação para os eleitos.

4. Eleger alguns, ignorar o restante.

4. Chamado de todos à salvação.

5. Chamado do eleito à salvação.

5. Chamado do eleito à salvação.

5. Chamado do eleito à salvação.

5. Eleger aqueles que crêem.

 

A POSIÇÃO SUPRALAPSORIANA

Defende que o decreto de Deus para salvação foi "supra" [acima, anterior, independente] do "lapsus" [a queda do homem, em Adão]), todos os hiper-calvinistas são desta posição, e quase todos supralapsarianistas são hiper-calvinistas):


1) Deus decretou salvar certos homens e reprovar outros; Em conseqüência disso, 
2) Deus decretou criar ambos; Em conseqüência disso, 
3) Deus decretou permitir a queda de ambos; Em conseqüência disso, 
4) Deus decretou enviar Cristo para redimir os eleitos; Em conseqüência disso, 
5) Deus decretou enviar o Espírito Santo para aplicar esta redenção aos eleitos.

 (1) Ela recorre a todas aquelas passagens da Escritura que salientam a absoluta soberania de Deus, Sl 115.3; Pv 16.4; 21.1 : Is 10.15; 45.9; Jr 18.6; Mt 11.25, 26; 20.15; Rm 9.17, 19-21.
Dá-se ênfase especial à figura do oleiro, que se acha em mais de uma dessas passagens. Diz-se que esta figura não expressa meramente a soberania de Deus em geral, mas, de modo mais específico, a Sua soberania na determinação da qualidade dos vasos na criação. Quer dizer que, em Rm 9, Paulo fala de uma perspectiva anterior à criação, idéia favorecida :

(a) pelo fato de que o trabalho do oleiro é usado várias vezes na Escritura como figura da criação: e
(b) pelo fato de que o oleiro destina cada vaso a um determinado uso e lhe dá uma qualidade correspondente, o que poderia levar a perguntar, embora sem nenhum direito: Por que me fizeste assim?

(2) Chama-se a atenção para o fato de que algumas passagens da Escritura dão a entender que a obra da natureza ou da criação em geral foi ordenada de molde a conter já ilustrações da obra da redenção. Muitas vezes Jesus deriva da natureza as Suas ilustrações, usadas para a elucidação de questões espirituais, e em Mt 13.35 se nos diz que isso era para cumprir as palavras do Profeta: “publicarei cousas ocultas desde a criação do mundo”. Comp. Sl 78.2. Entende-se que essas coisas estavam ocultas na natureza, mas foram trazidas à luz pelos ensinamentos parabólicos de Jesus. Efésios 3.9 é considerada também uma expressão das idéias de que o desígnio de Deus na criação do mundo tinha em mira a manifestação da Sua sabedoria, que se projetaria na obra redentora neotestamentária. Mas, recorrer a esta passagem parece muito duvidoso, para dizer o mínimo.

(3) A ordem dos decretos aceita pelos supralapsários é considerada como ideal, e como a mais lógica. Ela exibe com clareza a ordem racional que existe entre o fim último e os meios intermediários. Portanto, os supralapsários podem, e os infralapsários não podem dar uma reposta específica à questão – (Por que Deus decretou criar o mundo e permitir a Queda?) Eles fazem plena justiça à soberania de Deus e evitam todas as fúteis tentativas de justificar Deus aos olhos dos homens, ao passo que os infralapsários hesitam, procuram provar a justiça do procedimento de Deus e, todavia, chegam por fim à mesma conclusão dos supralapsários, a saber, que, em última análise, o decreto para permitir a Queda só encontra explicação no soberano beneplácito de Deus.

 

A POSIÇÃO INFRALAPSÁRIA

(Defende que o decreto de Deus para salvação foi "sub", isto é, "infra" [abaixo, posterior, conseqüência] do "lapsus" [a queda do homem, em Adão])

1) Deus decretou criar o homem; Em conseqüência disso, 
2) Deus decretou permitir a queda do homem; Em conseqüência disso, 
3) Deus decretou eleger alguns dentre os homens caídos, para salvá-los, e deixar os restantes como eles estão (perdidos); Em conseqüência disso, 
4) Deus decretou prover um redentor para os eleitos; Em conseqüência disso, 
5) Deus decretou enviar o Espírito Santo para aplicar esta redenção aos eleitos.

 (1) Os infralapsários recorrem mais particularmente às passagens da Escritura nas quais os objetos da eleição aparecem numa condição de pecado, em estreita relação com Cristo e como objetos da misericórdia e da graça de Deus, como Mt 11.25, 26; Jo 15.19; Rm 8.28, 30; 9.15, 16; Ef 1.4-12; 2 Tm 1.9. Estas passagens parecem implicar que, no pensamento de Deus, a queda do homem precedeu à eleição de alguns para a salvação.

(2) Eles chamam também a atenção para o fato de que, em sua representação, a ordem dos decretos divinos é menos filosófica e mais natural que a proposta pelos supralapsários. Está em harmonia com a ordem histórica da execução dos decretos, que parece refletir a ordem seguida no conselho eterno de Deus. É considerada menos ofensiva em sua apresentação da matéria. 

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